Em encontro realizado na tarde de sexta-feira, representação do negro no audiovisual brasileiro
foi tema de conversa intensa do público com Milton Gonçalves e Antônio Pitanga
Neste sábado, na 10ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, continua o Seminário do Cinema Brasileiro. Às 9h30, acontece no Centro de Convenções a mesa “A Lei 13.006: Reflexões, Perspectivas e Propostas", convocada para discutir a lei sancionada em 2014 que obriga a exibição de filmes produzidos no país em escolas de educação básica. A mediação será de Isaac Pipano e, na discussão, participam Adriana Fresquet (curadora da Temática Educação), Carla Dozzi (diretora de Educação e Comunicação para a Cultura), Cesar Callegari (membro do Conselho Nacional de Educação), Inês Teixeira (coordenadora da Rede Kino) e Italo Dutra (diretor de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica do MEC). Eles tentarão responder a questões como quais seriam os critérios e condições de exibição das escolas e como ter acesso aos filmes.
Às 14h30, os primeiros dez anos de realização da CineOP vão estar em perspectiva na mesa “Uma Década de Preservação Audiovisual: Balanço, Avanços e Desafios”, na qual o professor João Luiz Vieira vai mediar os convidados Arthur Autran (pesquisador e professor na UFSCAR e membro do Conselho da Cinemateca Brasileira), Fernanda Coelho (conservadora audiovisual), Hernani Heffner (curador da Temática Preservação e conservador-chefe da Cinemateca do MAM-RJ), Laura Bezerra (professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB e presidente da ABPA), Marcus Mello (coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre) e Myrna Brandão (presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro).
A mesa propõe fazer um balanço do período no segmento da preservação, pensar as perspectivas e os desafios políticos, econômicos, tecnológicos e educacionais que cercam a preservação audiovisual em suas múltiplas dimensões.
Na programação de filmes, a mostra Temática Histórica continua às 17h30 no Cine Vila Rica, com o curta “Alma no Olho” (1973), de Zózimo Bulbul, e “Ganga Zumba” (1964), de Carlos Diegues. No Cine BNDES na Praça, o público poderá conhecer os curtas da Mostra Educação, realizados em ambiente escolar. A sessão, às 19h, vai exibir 15 filmes de curtíssima duração.
Às 19h30, de volta ao Cine Vila Rica, o média “Reencontro com o Cinema”, de Rafael de Luna Freire, abre para uma sessão histórica do longa “Antes, o Verão” (1968), de Gerson Tavares, filme restaurado por um amplo projeto de preservação. Às 20h30, os espectadores na praça assistem ao documentário “My Name is Now, Elza Soares”, de Elizabete Martins Campos. As duas últimas sessões do dia vão ser no Cine Vila Rica: às 22h, “A Paixão de JL”, de Carlos Nader, e em seguida, às 23h30, três curtas da Mostra Venturas.
DEBATE
Na tarde de sexta-feira, o debate “O Negro em Movimento”, foi intenso e cheio de questões. O tema central, sobre a representação do negro no audiovisual brasileiro, acabou ficando de lado diante de depoimentos emocionados e apaixonados dos atores Milton Gonçalves e Antônio Pitanga. Eles relembraram a juventude, as dificuldades e os vários preconceitos que sofreram ao longo da vida. “Se um dia eu sair da Rede Globo, quero ser respeitado como cidadão. O negro, no Brasil, é maltratado e humilhado”, disse Milton, homenageado da CineOP. Pitanga exaltou a necessidade de o negro, no Brasil, nunca baixar a cabeça e se colocar diante de todas as questões políticas e sociais no país.
Pitanga também contou ter sido procurado por Glauber Rocha, ainda nos anos 1950, e sido estimulado pelo diretor baiano a estudar teatro. “Eu disse a ele que precisava trabalhar. E ele me ofereceu uma refeição por dia na casa dele se depois eu fosse para a faculdade”, relembrou o ator.
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10ª CINEOP - MOSTRA DE CINEMA DE OURO PRETO
17 a 22 de junho de 2015
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
Foto Seminário - Historia. Debate. Tema: O Negro em Movimento, no Centro de Convenções. Crédito Biel Machado/Universo Produção